No último sábado, um satélite desenvolvido em conjunto por França e China foi lançado com sucesso, marcando um passo significativo na cooperação espacial entre as duas nações. O satélite, conhecido como Space Variable Objects Monitor (SVOM), foi transportado por um foguete Long March 2C a partir da base de lançamento em Xichang, na província de Sichuan, China.
Pesando 930 kg, o SVOM está equipado com quatro instrumentos científicos, dois franceses e dois chineses, e tem como missão principal a detecção de explosões de raios gama, fenômenos extremamente energéticos que ocorrem no universo distante. Essas explosões, que podem resultar da fusão de estrelas compactas ou da explosão de estrelas massivas, emitem uma quantidade de energia comparável a bilhões de sóis.
A observação desses eventos permite aos cientistas obter informações valiosas sobre a evolução do universo, já que a luz dessas explosões viaja bilhões de anos-luz antes de chegar à Terra. O SVOM, ao detectar uma explosão, enviará um alerta imediato para uma equipe de observação, que terá apenas alguns minutos para alinhar telescópios terrestres e coletar dados detalhados.
Este projeto é um exemplo raro de colaboração espacial entre uma nação ocidental e a China, especialmente em um contexto onde os Estados Unidos impuseram restrições a tais parcerias desde 2011. A missão SVOM, que levou quase duas décadas para ser desenvolvida, representa um marco na exploração espacial e promete fornecer insights inéditos sobre a composição e dinâmica do cosmos.
A colaboração entre as agências espaciais da França e da China não é inédita, mas o SVOM destaca-se pela complexidade e importância científica. A missão espera detectar entre 70 e 80 explosões de raios gama por ano, contribuindo significativamente para o entendimento desses fenômenos cósmicos e, consequentemente, para a ciência espacial global.