Pesquisas recentes sugerem que a icônica Grande Mancha Vermelha de Júpiter pode não ser a mesma tempestade observada há 350 anos. Estudos liderados pelo cientista planetário Agustín Sánchez-Lavega, da Universidade do País Basco, indicam que a tempestade atual é provavelmente mais jovem do que se pensava anteriormente.
No século XVII, o astrônomo Giovanni Cassini observou uma grande mancha escura em Júpiter, que ele chamou de “Mancha Permanente”. No entanto, essa mancha desapareceu dos registros astronômicos por mais de um século. Em 1831, uma nova mancha foi observada na mesma latitude, e acredita-se que esta seja a Grande Mancha Vermelha que conhecemos hoje.
A equipe de Sánchez-Lavega utilizou simulações de computador para estudar a evolução da Grande Mancha Vermelha, concluindo que a tempestade atual não é a mesma observada por Cassini. A “Mancha Permanente” provavelmente desapareceu entre os séculos XVIII e XIX, e a longevidade da Grande Mancha Vermelha atual é estimada em cerca de 190 anos.
Além disso, a Grande Mancha Vermelha tem diminuído de tamanho ao longo dos anos. Observações de 1879 indicavam que a mancha tinha 39.000 quilômetros de diâmetro, enquanto hoje mede cerca de 14.000 quilômetros. A equipe continuará a monitorar a tempestade para prever se ela desaparecerá como a “Mancha Permanente” de Cassini e se uma nova tempestade surgirá no futuro.
Essas descobertas oferecem uma nova compreensão sobre a dinâmica atmosférica de Júpiter e a natureza das tempestades planetárias, destacando a complexidade e a evolução contínua do maior planeta do nosso sistema solar.