O gelo marinho ao redor da Antártica diminuiu para níveis historicamente baixos, conforme mostram os dados de satélite1. A perda de gelo terrestre na Antártica desde a década de 1990 contribuiu para um aumento de 7,2 mm no nível do mar1. A área de gelo flutuante na superfície do Oceano Antártico agora mede menos de 17 milhões de km², o que representa 1,5 milhão de km² a menos do que a média de setembro e bem abaixo dos recordes anteriores de baixas no inverno1. Os cientistas estão se apressando para identificar os fatores por trás desse rápido declínio do gelo marinho na Região Polar Sul1.

Em fevereiro de 2023, o gelo marinho na Antártica atingiu níveis 20% menores do que a média registrada nos últimos 40 anos4. A perda de gelo marinho tem sido mais rápida do que os cientistas imaginavam9. A pesquisa recente indica que a Antártica pode estar aquecendo a uma taxa entre 0,22°C e 0,32°C por década, em comparação com os 0,18°C por década previstos pelos modelos climáticos8. Na Antártica Ocidental, uma região considerada particularmente vulnerável ao aquecimento, o aquecimento pode ser duas vezes maior do que o sugerido pelos modelos climáticos8.

O derretimento do gelo marinho não afeta diretamente o nível do mar, pois o gelo já está na água do oceano6. No entanto, como o gelo marinho circunda as enormes prateleiras de gelo da Antártica, seu derretimento ameaça um aumento catastrófico no nível do mar ao longo dos séculos6. A perda de gelo marinho expõe as prateleiras de gelo mais espessas que cobrem a camada de gelo terrestre da Antártica às ondas e temperaturas mais quentes, aumentando o risco de derretimento da camada de gelo terrestre6.

A diminuição do gelo marinho também afeta a vida selvagem na Antártica. Milhares de filhotes de pinguins-imperador morreram em quatro colônias na Antártica devido aos níveis recordes de baixo gelo marinho9. A perda de gelo marinho tem sido sem precedentes e muito mais rápida do que os cientistas imaginavam9.